segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Originalidade deve embasar a qualidade

Todo e qualquer conteúdo precisa ser embasado em algum outro modelo para que alcance algum lugar. Se uma fórmula de sucesso, como o Globo Repórter, por exemplo, está no ar há tanto tempo, por que não a Record colocaria no ar o Repórter Record? Se o Fantástico, da Globo, não atraísse a atenção de centenas de milhares de cidadãos, nada mais natural do que a sua concorrente colocasse no ar o Domingo Espetacular.

Seja pela originalidade ou pela tentativa da cópia, grandes programas de telejornalismo, de apresentação e de repórteres são vistos no cenário atual. Todo profissional desempenha uma função no mercado e, devido a seu sucesso, tende a ser copiado ou a servir de inspiração para outros. O que não se deve é lutar pela similaridade a todo custo. É necessário buscar um exemplo e aprender a criar e amadurecer suas próprias características ao longo do tempo.

O repórteres, ao desempenharem seu ofício, ao gravarem a passagem, precisam exercitar a qualidade diária de sua função, devem manter a qualidade ao nível mais alto, pelo menos tentando chegar até ela. É preciso que esse profissional busque o máximo de originalidade possível e elabore sua performance de maneira a auxiliar o telespectador a compreender ao fato, e não ser mais importante que ele. Ao tentar se parecer com algum outro repórter de sucesso, ele poderá nada mais do que diminuir a eficiência de sua função primária, que é informar com clareza. Estará assumindo papel de estrela, e não de repórter.

Outro aspecto a ser observado é o mimetismo que na ciência é considerado a semelhança com um organismo semelhante, também pode ser apropriado para o tema aqui tratado. O profissional que usa do mimetismo pode ser claramente detectado no desempenhar de sua função. É possível identificar a sua imitação por usar de características semelhantes a quem ele quer se parecer. Acaba se confundindo com ele, seja nos gestos, na fala, no olhar ou até mesmo na forma de se vestir e no jeito em que penteia os cabelos.

Mas existem ainda aqueles profissionais que não usam do mimetismo, mas de outra estratégia bem semelhante, a camuflagem. Perfis que se camuflam podem ser considerados cópias quase perfeitas que se assemelham em tanto com o profissional espelhado que chegam a se aproximar ao extremo do ideal, mas, por ser uma reprodução, não conseguem desempenhar o papel sem perder a aura. Isso tudo, para evitar a detecção da cópia, ou seja, da reprodutividade de sua performance diante das câmeras.

A originalidade deve, portanto, embasar a qualidade de um trabalho. Quanto mais original e regido por características próprias ele for, mais eficiente se dará sua função e objetivo.

Parte Final do texto "A identidade visual através da "recópia" publicado no site Obervatório da Imprensa.

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