segunda-feira, 26 de julho de 2010

Controle remoto: O poder a um clique

Entre as décadas de 1970 e 1980 duas novas emissoras surgiram no Brasil em decorrência da queda do império de Assis Chateaubriand (TV Tupi - Diários Associados), o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) e a Rede Manchete.

O início dessas duas emissoras coincidiu com um novo, mas poderoso instrumento, o controle remoto.

O primeiro controle remoto de televisão foi criado em 1950 pela Zenith Radio Corporation (empresa criada por Sir Emanuelis e Alfred Zular) e não era nem um pouco prático, uma vez que era ligado a TV por meio de um fio, o que limitava seu uso a distância. Em 1955 a mesma empresa criou o primeiro controle remoto wireless.

No ano seguinte um inventor chamado Robert Adler trouxe uma solução para este problema, ele produziu um controle remoto que emitia ondas de ultra-som. Essa nova tecnologia eliminou os problemas de seu antecessor e ainda trouxe beneficiose. O problema é que a tecnologia de ultra-som era um pouco cara e somente com o advento dos transistores é que este controle se tornou popular. A única desvantagem é que apesar de inaudível ao ser humano os sons emitidos pelo controle incomodavam animais de estimação e algumas vezes o microfone receptor instalado no aparelho de TV sofria interferência de sons externos.

Para suprir o constante avanço da tecnologia foi criada em 1977 pela empresa ITT a pedido da gigante das telecomunicações BBC. Essa tecnologia nova era ao infravermelho. Foi aí que nasceu o controle remoto como conhecemos hoje.

A partir da criação desse novo aparato tecnológico as emissoras de TV passaram a concentrar suas atividades na busca da qualidade de sua programação. O telespectador não mais precisava ter o trabalho de se levantar do sofá para ir até a televisão para mudar o canal ou desligar a televisão. Com um simples toque, ele podia alternar a emissora que estava assistindo. O controle remoto mudou a relação do telespectador com a TV, deu ao telespectador a sensação de poder, de ter em suas mãos, o controle da programação.

Hoje em dia é impensável viver sem controles remotos sejam eles de TV ou qualquer outro aparelho eletrônico.

Há um estudo recente diz que em uma casa de classe média existem pelo menos quatro controles remotos, demonstrando assim que mais do que facilitadores da vida moderna os controles remotos são parte fundamental do mundo que conhecemos hoje.

Portanto, nos dias de hoje, o controle remoto é uma vantagem para o usuário e uma preocupação para os canais/emissoras.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Repórter, Deus ou Vilão?

Telespectadores se identificam, reagem, criam opinião, se revoltam, ficam felizes e tristes com os conteúdos jornalísticos que são diariamente veiculados na TV. Essa identificação ou repulsa, também acontece na relação telespectador-repórter.

Em televisão, pessoas passam de simples seres humanos para celebridades instantâneas. Isto acontece, mais acentuadamente em programas como Big Brother Brasil.

Tornar-se astro, no século XXI não é nada difícil, basta um escândalo ou um ato heróico para que a mídia se interesse pelo cidadão ou pelo que ele representa, para tê-lo como notícia

Esta fama, seja repentina ou não, torna seus personagens seres olimpianos.

Edgard Morin (1975) diz que a apropriação do título de olimpiano a cidadãos ou celebridades se dá pela imprensa.

A imprensa de massa, ao mesmo tempo que investe os olimpianos de um papel mitológico, mergulha em suas vidas privadas a fim de extrair delas a substância humana que permite a identificação. (...) Os olimpianos, por meio de sua dupla natureza, divina e humana, efetuam a circulação permanente entre o mundo da projeção e o mundo da identificação. Concentram nessa dupla natureza um complexo virulento de projeção-identificação. (MORIN, 1975, p.92 e 93)

Conjugando a vida cotidiana e a vida olimpiana, os olimpianos se tornam modelos de vida. A publicidade, apoderando-se das estrelas para fazer delas modelos de beleza, confirma seu papel de modelo. Os jargões criados por atores, ao encenarem seus personagens em novelas, são amplamente apoderados pelos telespectadores. As roupas, adereços e penteados tornam-se febre em ritmo crescente. Essas ações são consideradas como forma de auto realização.

As celebridades, sejam elas instantâneas ou não, formam nova camada olimpiana. Eles estão presentes em todos os setores da cultura de massa, inclusive no telejornalismo.

Os olimpianos desempenham na sociedade o papel de espelho, são modelos para atitudes comuns da vida cotidiana. Mas não apenas como modelos, são ícones, que passam credibilidade através de seus papeis, que devido ao tratamento dado pelos meios de comunicação, regem as formas de pensar e agir. Aquilo que é dito por eles é aceito com mais facilidade, pois são tidos como Deuses, como seres dotados do saber e da verdade.

O telejornalismo em si, os repórteres, são representações rotineiras de seres olimpianos. Todos os dias eles saem às ruas para apurar fatos e contá-los aos telespectadores, enfrentando frio, catástrofes, guerras, alegrias e contratempos, eles se tornam seres firmes que superam adversidades para poder executar sua função, sua profissão. E vão além disso, para poder transmitir os fatos, entram todos os dias nas casas, escritórios e escolas, invadindo a intimidade dos cidadãos, com permissão, fazendo parte do dia a dia, para narrar os acontecimentos, com pessoalidade, usando de linguagem fácil, valorizando não só o fato, como também o receptor.

Os telespectadores valorizam essa ação, dão mais credibilidade a repórteres que desempenham sua função com ética, de forma clara e compreensível. Repórteres de televisão conseguem destaque em telejornais, cargos de chefia, de apresentação e realizam reportagens de relevância, viram profissionais de rede pelo merecimento provido de sua eficiência, mas também pelo que eles representam, da credibilidade que ao transmitirem uma notícia através de sua imagem eles transferem a ela, tornando o fato mais interessante e prendendo ainda mais sua atenção.