terça-feira, 28 de setembro de 2010

Liberdade! Uma necessidade!


"O desembargador Liberato Póvoa, do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO), decretou censura ao Estado e a outros 83 veículos de imprensa, proibindo-os liminarmente de divulgar qualquer informação a respeito de investigação do Ministério Público de São Paulo que cita o governador Carlos Gaguim (PMDB) como integrante de organização criminosa para fraudes em licitações.

A mordaça, em 9 páginas, acolhe pedido em ação de investigação judicial eleitoral da coligação Força do Povo, formada por 11 partidos que apoiam Gaguim."

Esta foi a notícia estampada em muitos dos jornais de fora do estado de Tocantis durante alguns dias. A censura, que foi extinta de nosso país - pelo menos de forma clara - foi importa por uma autoridade judiciária na última semana.

Mas, uma notícia boa, o colegiado de juízes do próprio TRE-TO derrubou a medida do desembargador, por 4 votos a 2. Uma vitória para a democracia e para o direito de acesso a informação dos cidadãos brasileiros.

Atualmente os meios de comunicação de massa já estão sujeitos a linha editorial das empresas de comunicação. Isso já torna os jornalistas, irremediavelmente reféns. A liberdade de informação sujeita a aprovação editorial. Esta é a verdade.

Todos nós sabemos que a imparcialidade deve ser uma busca constante pelos profissionais da escrita, mas é utópica. Não podemos jamais é abandonar sua procura.

A liberdade de acesso a informação plena é um direito do cidadão brasileiro garantido nos parágrafos 5º e 220 da Constituição (eles garantem a liberdade de expressão e de informação e vedam qualquer forma de censura prévia). Nada pode estar acima disto, nem os interesses particulares, nem as "autoridades" judiciárias. Órgãos regulamentadores podem existir, mas jamais devem dizer o que a população deve ou não ter acesso.

Com o crescimento do nível intelectual, de informação e de instrução da população, devemos, gradativamente deixar que os róprios "consumidores de informação" escolham qual o caminho do conhecimento seguir.

A nós, jornalistas, cabe apenas a função de informar da melhor forma possível.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Novas mídias

Outro dia me deparei com uma jornalista dizendo: pra que devo "estudar" sobre novas mídias?

Dois pensamentos vieram imediatamente em minha cabeça:

1- Ela pode ter dito isto por não estar em sua linha de interesse/estudo.

2- Como alguem pode se excluir de adquirir este tipo de conhecimento?

Bem, sejamos claros, o ponto aqui não é discutir se ela está ou não certa, mas sim, qual a importância das novas mídias para o telejornalismo do século XXI.

A evolução do telejornalismo brasileiro coloca à prova a importância do acompanhamento das novas tecnologias.

As ilhas de edição se tornam cada vez mais modernas e informatizadas (ex.: não linear). As salas de controle ficam cada vez mais independentes, com apenas um clique, um programa pode ser colocado no ar. As fitas "betas" usadas nas filmadoras, foram substituídas junto com os equipamentos, por aparelhos menores e discos, com maior capacidade e fácil remanufaturamento.

Para conseguir acompanhar todo esse processo, é indispensável que o jornalista se atualize. Procure estudar, ler e se informar sobre a evolução tecnológica.

Os jornalistas e administradores Paulo Gandour e Ricardo Tonet, em uma palestra para estudantes, revelaram que o jornalismo do novo século, é o jornalismo prospectivo, que visa a interação entre produtor e receptor. Para tanto, as novas mídias tornam essa tarefa ainda mais fácil.

Telejornais diários buscam a interatividade com o telespectador. Dão endereços de sites para receber respostas, comentários e sugestões. Aí, mais uma vez, a internet é o meio usado.

Passar a interatividade para as novas mídias (Orkut, Facebook, Twitter...), faz com que o telespectador - que está em constante evolução tecnológica - sinta que a televisão, o telejornalismo, também está acompanhando este processo. O telespectador não pode se sentir isolado.

As novas mídias proporcionam um espaço de interatividade.

Precisam, porém, ser utilizadas de forma eficiente. O telejornalismo precisa ser adaptado a nova realidade.

O telejornalismo não perde sua natureza, muito menos sua função de informar se for adaptado e passar a "circular" também nas novas mídias. Ele irá agregar muito mais telespectadores/internautas, públicos e evoluir.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Queda da máxima


Existem jornalistas que se pautam na máxima oriental de que uma grande imagem vale mais do que mil palavras. Discordo em gênero e grau deste pensamento. Te explico porque.

Quando tratamos de telejornalismo - e a história nos é muito clara quanto a isso - trabalhamos com a teoria de associar, ou seja, um elemento deve completar e acrescentar a outro. A imagem não é superior a palavra, nem vice e versa. Ambas possuem sua importância e são indispensáveis para a realização e transmissão de um texto telejornalístico eficiente.

Existem alguns textos específicos, como por exemplo a nota seca*, que excluem este ponto de vista. Mas aqui, estamos tratando da matéria telejornalística completa, que tem como "proprietário" o jornalista.

Nos início do telejornalismo na televisão brasileira, - que no último dia 18 de setembro completou 60 anos -os criadores do jornal televisivo, tais como Tele Globo e Repórter Esso, utilizavam da narração do apresentador cobrindo imagens (normalmente cedidas por agências de notícias).

Os anos passaram, mas a natureza continua a mesma. Imagem e palavra são complementares.

Se pensarmos bem, do que vale uma boa imagem se a narrativa destrói qualquer tipo de boa compreensão do fato por parte do telespectador? Ou ainda, se há uma narrativa coesa, interessante e sedutora, cobrindo uma imagem mal feita, tremida, desfocada, sem ter o mínimo de nexo com o que está sendo dito?

É preciso atenção para não tirar o mérito da imagem e para que também não valorize em excesso as palavras.

Neste caso, o casamento deve ser perfeito. Ou pelo menos a busca por ele deve ser constante, construída a cada novo fato.

* Texto curto para ser lido no ar sem cobertura de imagem.