quinta-feira, 10 de junho de 2010

O tempo passa...os padrões se adequam.

É importante considerarmos que o telejornalismo, mais do que algumas outras mídias sofre constante interferência dos avanços tecnológicos. A internet de forma avassaladora vem ganhando espaço e caindo no gosto de uma cama enorme de consumidores de informação.

Quando nos referimos a nomes já garantidos no mercado de TJ, como: William Bonner, Fátima Bernardes, Boris Casoy, Celso Freitas, Ana Paula Padrão, Cid Moreira e tantos outros, podemos perceber, principalmente um detalhe, o tempo passa.

Se o tempo passa, os avanços são inevitáveis. Nunca o mesmo profissional dos anos 60 se sairá tão bem nas redações, nas bancadas e nas matérias de rua como os profissionais de hoje. Não digo isso pela sua capacidade jornalística (a qual temos muitos profissionais antigos que são incontestavelmente melhores que os mais jovens), mas quanto a rapidez da assimilação do avanço tecnológico atual.

É preciso ter a consciência, existe espaço para todos os perfis no telejornalismo brasileiro. O preconceito existente por muitas redes e empresas nacionais fazem com que haja uma triagem exacerbada dos profissionais que até ela chegam, muitos assim, de alta qualidade, ficando de fora.

Tratemos de dois casos. O primeiro, da jornalista Leila Cordeiro, que em um post emocionado de desabafo, relatou sua história de vida profissional e pessoal. Relatou a dificuldade, já tendo passado dos 50 anos de reassumir um posto de destaque no telejornalismo brasileiro, tendo em vista sua bagagem e, segundo ela, a tudo que ela poderia agregar com seu conhecimento a uma nova oportunidade na TV. Mas, ao ter essa tentativa de retorno, todas as portas foram fechadas.

Outro caso, é a da jornalista Salete Lemos*, que foi demitida da TV Cultura por justa causa. O motivo alegado pela direçao da emissora é que a jornalista teria "falado de mais".

Para os dois casos, convido você leitor a uma análise breve e objetiva.

1) O tempo passa: Não é pelo simples fato de você ter dado uma boa contribuição ao jornalismo em determinada emissora ou época que você sempre terá seu lugar garantido. Tenha personalidade e persistência, sempre.

2) O mercado do telejornalismo é preconceituoso: Não por credos, classes sociais ou cor. É preconceituoso com novidades. As novidades, seja de perfis de profissionais ou de uma inovação de performance do telejornalista é levada com muita cautela, portanto, o padrão (quadrado) é mais considerado do que o inusitado - vide post sobre a evolução da linguagem.

3) A busca pela informalidade na linguagem do telejornalismo é perigosa. Dar espaço e liberdade ao repórter é um risco. É necessária alem de uma ética muito apurada, o censo profissional jornalístico para que nada seja dito afim de ferir uma parte, sem direito de resposta. TODOS nós somos tendenciosos, por mais que tentemos não ser. A busca pela diminuição dessa tendência deve ser constante.

4) A crítica sempre volta pra você: Ao criticar alguem, seja sua empresa, seu chefe ou o que for, deve-se ter muito cuidado. No telejornalismo, o mundo dá voltas de uma forma muito rápida e você pode sair prejudicado com isso.

5) Ninguem é insubstituível: Bons profissionais podem fazer falta, mas nunca são insubstituiveis. O tempo é o melhor remédio para o esquecimento.

Portanto, como já foi dito, não há perfil ideal de profissional. Mesmo com a busca pela queda dos padrões, há um modelo mais tradicional seguido pela maioria dos telejornais e tal, devido a sua potência, deve ser considerado.

Afinal, sempre há chance de ser diferente (de forma positiva) dentro do padrão. Faça-se notar com profissionalismo, determinação e ética.

* Este exemplo e o assunto do post foram sugeridos por uma leitora do site. Agradeço a contribuição e espero ter abordado o assunto de forma clara.

Um comentário:

  1. Falar demais.. mania de jornalista... é por isso que temos que tomar cuidado com as coisas que falamos...

    Somos realmente insubstituíveis e diferentes, cada um com seu jeito de fazer jornalismo, sem perder a noção ética de levar informação.

    O telejornalismo é minha segunda paixão, pois sou mais dedicada à escrita. Mas é encantador e merece sempre nossa atenção, por ser a forma mais completa para as pessoas ficaram sabendo das notícias, por agregar som e imagem.

    Novos formatos de telejornalismo vão surgir, novos jornalistas vão surgir, mas o verdadeiro "basicão" feito por nós vai sempre existir.
    Querendo ou não, acabamos seguindo um padrão.

    Um grande abraço.

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