sábado, 5 de junho de 2010

A evolução da linguagem

"Ter o que falar é importante, mas saber como é fundamental."
KYRILLOS, Leny; CÔTES, Cláudia; FEIJÓ, Débora.

Como trabalhamos no post anterior as bases, modelos e inspirações são muito importantes para servir de cerne e de guia para os profissionais e também para os programas de telejornalismo que são lançados todos os anos no mercado televisivo, desde sua estreia.

É importante ressaltar que a linguagem do telejornalismo, nem sempre foi tão clara como vemos nos dias de hoje. Importada inicialmente do rádio a linguagem seguia certos padrões de intensidade e formato que limitavam a forma de interpretação, ou seja, havia uma locução do texto, que era coberto por imagens, cedidas por agências de notícias, visto que o aparato tecnológico e a capacidade logística da época era extremamente restrita.

A rápida recordação de alguns dos telejornais (em ordem cronológica) que alteraram em seu tempo a linguagem, a forma de se transmitir a notícia, não apenas em suas transmissões de bancadas, mas também, na forma com que as narrativas eram passadas pelos repórteres. O Repórter Esso, Tele Globo, Jornal Nacional e o Jornal da Record, podem ser considerados marcos na alteração da linguagem jornalística.

O formato engessado transmitido no início do telejornalismo, foi ganhando força ao longo dos anos, devido a necessidade da padronização da transmissão. Não cabia ao repórter ou ao apresentador, uma emissão de opinião sobre o tema abordado, visto que, no Brasil, o formato americano de ancoragem não foi importado com eficiência. Fazendo com que, as emissoras utilizassem apenas o formato de apresentação. Ressalta-se aqui, a diferença, mais atual, de Bóris Casoy, que de maneira exagerada ou não, foi um marco no desempenho da função de âncora no Brasil.

Durante muitos anos, a TV Tupi com seus telejornais, a TV Manchete, a Rede Globo, entre outros, utilizaram do padrão engessado e sem maleabilidade, dependentes do teleprompter para emitir as informações. O repórter de rua, não possui o TP para suas passagens e transmissões ao vivo, mas, de certa forma, mantem este formato, decorando o texto que será dito, sem se preocupar (em parte significativa dos casos) em narrar o fato, de forma ilustrativa e natural, afim de facilitar a compreensão.

Atualmente, com a difusão e quebra da onipotência suprema do Jornal Nacional da Rede Globo, o Jornal da Record obrigou, alcançando o segundo lugar da audiência nos horários nobres, incluindo no horário de seus telejornais principais, a uma revisão de seu formato. Portanto, o RJTV, por exemplo, e algumas edições do Globo Esporte (da praça carioca), sofreu a queda do TP, para estimular a naturalidade. Tática acertada, ou não, a estrutura da linguagem sofreu alterações, com diálogos entre os apresentadores, em tons de informalidade.

O telespectador, sente de forma profunda essas alterações e faz com que, em posse da mais potente arma já inventada pelo homem, o controle-remoto, qualquer alteração e mudança da linguagem que não seja positiva e tida de forma a agregar valor a compreensão, ele troque de canal (lembrando que o Jornal Nacional e o Jornal da Record, atualmente, têm horários semelhantes de exibição, tornado ainda mais vital os erros).

Seja pelos apresentadores, pelos repórteres, ao vivo ou em matérias previamente gravadas, a linguagem, seja ela falada (língua) ou não (semiótica), tem importância fundamental para os telespectadores e consequentemente, para a audiência (lucro).

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