A transmissão em telejornalismo é muito mais complexa e completa do que muitas pessoas pensam. A junção de diferentes artifícios da comunicação e de técnicas da produção e emissão da mensagem fazem a diferença para o trabalho final, seja ele informar, ou prender a atenção do telespectador. Além da voz, o repórter aparece no vídeo durante a transmissão de uma notícia
Os textos decorados, ao serem gravados, soam menos naturalmente do que quando se está em uma conversa informal. Mesmo que mais experiente ou natural que o repórter esteja, sempre fica sujeito a ansiedade. Portanto, as cadeiras de faculdade, que ensinam e dão diretrizes aos estudantes de comunicação, precisam transmitir aos mesmos que compreender um fato e contá-lo ao telespectador é mais importante do que tratá-lo com excessiva distância, decorá-lo e simplesmente falá-lo. Humanizar o fato deve ser uma preocupação, facilitando a aproximação entre opostos.
Antes mesmo que algum texto seja dito durante a passagem o repórter já emitiu uma mensagem através dos seus elementos não verbais, os movimentos do corpo. O repórter não deve aparecer falando sobre o falecimento de alguém, com expressão de felicidade, com sorriso no rosto. É preciso que o corpo esteja em sintonia com o que está sendo dito, e também com as imagens para que a mensagem que se quer transmitir seja única e não confunda o telespectador, com falta de sincronismo entre os elementos de produção da matéria. Exemplo disso é quando o repórter estiver falando do dia anterior e fizer um gesto com a mão indicado o hoje, o agora. Ou então quando estiver fazendo uma negativa na frase e seu gesto apontar de forma positiva. Nesses exemplos, a expressão corporal estará contradizendo o que ele está falando.
As entradas do repórter na matéria, com suas passagens, devem ser naturais e alguns cuidados com a postura devem ser tomados. Por exemplo, tronco curvado e ombros caídos passam imagem negativa, de desânimo. Ou a postura excessivamente dura, sem mobilidade dá a impressão de prepotência e arrogância. Essas incoerências de posturas causam também, distanciamento entre o emissor e o receptor, prejudicando a compreensão.
Em relação à melhor utilização do corpo nas passagens do telejornalismo é aconselhável manter postura natural. Na maioria das vezes o repórter é filmado da cintura para cima, em plano americano, e uma das mãos aparece segurando o microfone, que deve estar mais ou menos a um palmo do queixo. O tempo da filmagem, na maioria das vezes é curto, e um ou dois gestos com as mãos no máximo, são suficientes. Usar os gestos e afeições com comedimento é a melhor solução para uma passagem sóbria.
Os cuidados com o corpo, com a aparência devem ser preocupações do próprio repórter com aquilo que vai refletir diretamente na eficiência do seu trabalho.
A consultora de moda Regina Martelli, citada por João Elias da Cruz Neto (2008), considera que a informação deve receber muita atenção, mas na hora do repórter aparecer no vídeo é preciso saber o que pode interferir na compreensão do fato.
Essas posturas levam a crer que o telejornalismo está muito discretamente ampliando suas formas, mas muito ainda será feito. É necessária a diminuição entre a distância imposta entre emissor e receptor. Buscar cada vez mais no telespectador a cumplicidade, fazendo o repórter um componente da construção e compreensão da mensagem.
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