terça-feira, 21 de setembro de 2010

Queda da máxima


Existem jornalistas que se pautam na máxima oriental de que uma grande imagem vale mais do que mil palavras. Discordo em gênero e grau deste pensamento. Te explico porque.

Quando tratamos de telejornalismo - e a história nos é muito clara quanto a isso - trabalhamos com a teoria de associar, ou seja, um elemento deve completar e acrescentar a outro. A imagem não é superior a palavra, nem vice e versa. Ambas possuem sua importância e são indispensáveis para a realização e transmissão de um texto telejornalístico eficiente.

Existem alguns textos específicos, como por exemplo a nota seca*, que excluem este ponto de vista. Mas aqui, estamos tratando da matéria telejornalística completa, que tem como "proprietário" o jornalista.

Nos início do telejornalismo na televisão brasileira, - que no último dia 18 de setembro completou 60 anos -os criadores do jornal televisivo, tais como Tele Globo e Repórter Esso, utilizavam da narração do apresentador cobrindo imagens (normalmente cedidas por agências de notícias).

Os anos passaram, mas a natureza continua a mesma. Imagem e palavra são complementares.

Se pensarmos bem, do que vale uma boa imagem se a narrativa destrói qualquer tipo de boa compreensão do fato por parte do telespectador? Ou ainda, se há uma narrativa coesa, interessante e sedutora, cobrindo uma imagem mal feita, tremida, desfocada, sem ter o mínimo de nexo com o que está sendo dito?

É preciso atenção para não tirar o mérito da imagem e para que também não valorize em excesso as palavras.

Neste caso, o casamento deve ser perfeito. Ou pelo menos a busca por ele deve ser constante, construída a cada novo fato.

* Texto curto para ser lido no ar sem cobertura de imagem.

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